17.2.07

A arquitetura titânica do estalinismo

Exemplo da bizarra arquitetura opressiva e futurista da URSS, esse hotel denominado "Amizade" foi classificado como "estranho objeto militar" pela CIA.

A arquitetura, dentro dos regimes totalitários de um modo geral, costuma ter notável desenvolvimento. Ao despotismo radical dos regimes totalitários agrada a imobilidade épica e dramática que volumosas massas de pedra, concreto, aço ou vidro transmitem. Na URSS, arquitetos plasmaram as visões políticas de seus líderes em formas ousadas e ferozes, mas sempre monumentais, isoladas e intocáveis ao contato humano. Trata-se de uma arquitetura cuja funcionalidade é apenas expressar em formas assimétricas e brutais uma dominação que se supõe perene, na qual o ser humano participa apenas como modelo em escala para demonstração de estruturas colossais.

O vídeo abaixo, localizado no YouTube com o título New Moscow, é a demonstração visual desses pressupostos. Realizado, aparentemente, em 1938, o vídeo de 4 minutos apresenta didaticamente os planos de Stálin para destruir monumentos históricos de Moscou e a ultrapassada forma "capitalista" da cidade, moldando-a com pavorosos zigurates coroados de sisudos monumentos aos líderes históricos da nomenklatura, como Lênin e o próprio Stálin. A demonstração da cidade do futuro é realizada pela superposição de planos, o "antigo" contrapondo-se ao "novo". Para isso, foram largamente utilizadas técnicas de animação avançadíssimas à época – derivadas claramente do filme Metropolis (idem, 1927) de Fritz Lang – que mesclam maquetes, tomadas e planos em live action e projeções empregando espelhos.



Via Sit Down Man, You're a Bloody Tragedy.

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